O Enigma de Kaspar Hauser
(Jeder für Sich und Gott Gegen Alle)
Ano: 1974
Direção: Werner Herzog
Elenco:
Helmut Döring (Pequeno Rei)
Bruno S. (Kaspar Hauser)
Walter Ladengast (Professor Daumer)
Brigitte Mira (Kathe, Servant)
Willy Semmelrogge (Diretor do circo)
Michael Kroecher (Lord Stanhope)
Hans Musaeus (-)
Volker Prechtel (Guarda da prisão)
"Considerado como a grande obra-prima de Herzog."
"Um filme, mais do que apenas inteligente,
profundamente comovente, e sobretudo humano."
"O Enigma de Kaspar Hauser é um filme indispensável para educadores,
psicólogos e admiradores do bom cinema."
Sinopse:
Kaspar Hauser é um jovem que foi trancado a vida inteira num cativeiro, desconhecendo toda a existência exterior. Quando ele é solto nas ruas sem motivo aparente, a sociedade se organiza para ajudar Kaspar, que sequer conseguia falar ou andar, mas este logo acaba se tornando uma atração popular. Baseado em uma história real.
O filme inicia mostrando um jovem acorrentado em um porão, alimentado por um homem misterioso. O prisioneiro brinca com um cavalo de madeira, e o nome do objeto é a única palavra que pronuncia: cavalo. O homem quer que o jovem aprenda e escrever e lhe dá papel e tinta. O jovem aprende a escrever seu nome, Kaspar Hauser.
Depois, o misterioso homem retira Kaspar do porão durante a noite e o deixa numa cidade próxima, em 1828, com uma carta para o oficial da guarda. Perplexos com a figura, os moradores o deixam prisioneiro numa torre. O rapaz não é violento e se mostra inteligente, surgindo rumores de que ele pertença à nobreza. Durante dois anos, ele amplia seu vocabulário ensinado por uma família que o ajuda e por um padre. Ele aprende facilmente música, tricô e jardinagem, mas é um fracasso em compreender as convenções da época, principalmente às ligadas à sociedade, ciência e religião.
"Vocês não ouvem os assustadores gritos ao nosso redor que habitualmente chamamos de silêncio?"
"Vocês não ouvem os assustadores gritos ao nosso redor que habitualmente chamamos de silêncio?"
(Prólogo do Filme O Enigma de Kaspar Hauser de Herzog, 1974)
O caso de Kaspar Hauser serve para ilustrar o erro básico de uma organização social fundada sobre os princípios do racionalismo positivista. Mostra-nos que a "humanização" do homem, entendida como socialização, não é uma decorrência biológica da espécie, mas conseqüência de um longo processo de aprendizado com o grupo social.
Através desse processo, o indivíduo se integra no grupo em que nasceu, assimilando o conjunto de hábitos e costumes característicos desse grupo. Participando da vida em sociedade, aprendendo suas normas, valores e costumes, o indivíduo está se socializando, reprimindo suas características instintivas e animais e desenvolvendo as sociais e culturais, fazendo, assim, a "passagem da natureza para a cultura," aprendendo a ver com os "óculos sociais," tornando-se, como nos disse C. Dickens, "um animal de costumes."
Kaspar Hauser nunca se transformou nesse animal de costumes; no máximo, poderia ser visto como "domesticado" pela sociedade da época.
Um dos mais conhecidos e importantes longas-metragens alemães produzidos na década de 1970, “O Enigma de Kaspar Hauser” (Jeder für sich und Gott gegen alle, Alemanha, 1974) é uma demonstração perfeita de que o Cinema pode ser, mais do que uma arte, também uma ferramenta científica importante. Ao narrar com uma abordagem concisa um episódio real ocorrido na cidade de Nuremberg, durante a primeira metade do século XIX, o cineasta Werner Herzog abordou, de forma espontânea, questões essenciais que a Filosofia e a Religião não conseguem responder com clareza.
Jeder für sich und Gott gegen alle, é um dos mais celebrados filmes do diretor Werner Herzog. O trabalho, cujo título significa, em tradução literal, "cada um por si e Deus contra todos", narra a história de Kaspar Hauser, uma criança abandonada envolta em mistério, encontrada na Alemanha do século XIX, com alegadas ligações à família real de Baden.
Na lápide de Kaspar Hauser, no cemitério de Ansbach, na Alemanha, há uma inscrição que diz: "Hic occultus occultu uccisus est." Quer dizer: "Aqui jaz um desconhecido assassinado por um desconhecido." Nada resume melhor o misterioso percurso da vida e morte deste homem.
Premiações:
Ganhou o Prêmio Ecumênico do Júri no Festival de Cannes, 1974.
Ganhou o Prêmio FIPRESCI no Festival de Cannes, 1974.
Ganhou o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes, 1974.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Enigma_de_Kaspar_Hauser
http://www.cineplayers.com/filme.php?id=796
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-65642001000200007&script=sci_arttext
http://www.sobaminhalente.com/o-enigma-de-kaspar-hauser/
http://www.cinereporter.com.br/dvd/enigma-de-kaspar-hauser-o/
http://www.netmovies.com.br/filmes/o-enigma-de-kaspar-hauser.html
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